
“Os pintores da natureza” (Desfile, 1983), “A pintura ecológica dos irmãos Demonte: documentação plástica minuciosa das belezas naturais” (Manchete, 1983), “Irmãos Demonte: fauna e flora do Brasil em estilo naturalista” (O Globo, 1983), “Pincéis ecológicos” (Isto é, 1983), ’Tudo por amor à natureza” (Jornal do Brasil, 1986), “Na tinta dos Demonte, a natureza ameaçada” (O Globo, 1986), “Rigor com toque envolvente” (O Globo, 1986), “A natureza viva na arte dos Demonte” (Jornal do Brasil, 1990), “A ciência emoldurada” (Globo Ciência, 1992), “Os últimos naturalistas” (O Eco, 2004) são títulos de matérias que biografaram Yvonne, Etienne e Rosália – os irmãos Demonte –, três pincéis obstinados, três vidas dedicadas a registrar a beleza viva e vibrante da fauna e da flora do Brasil.
À margem da academia de Belas Artes, dentro da mata, nas margens do rio, no sítio em Petrópolis, essa trindade de pintores autodidatas (Yvonne abandonou a Escola de Belas Artes por não se sentir desafiada pelos trabalhos aquém do seu potencial) desenvolveu um dos projetos mais consistentes de registro da fauna e flora brasileiras no século XX: “Tivemos professores particulares durante um certo período, mas a verdade é que aprendemos sozinhos” (Yvonne para a revista Desfile, 1983).
São eles que estão por trás de imagens precisas de pássaros, mamíferos e bromélias que circulam em livros, selos, galerias e catálogos de arte – muitas delas ainda comercializadas por antiquários e leiloeiros –, mas que começaram a surgir entre pincéis comprados fora do país, folhas recolhidas no mato e um tipo de obsessão que, felizmente, não tem cura. “Conhecer é preservar”, repetiam. Mas para conhecer por inteiro o elemento a ser retratado é preciso sujar as botas, e os Demonte sabiam disso desde a infância.



Nascidos em Niterói – Yvonne em 1930, Etienne em 1931 e Rosália em 1932 –, filhos de um gerente de seguros e netos de um geólogo aquarelista – um dos fundadores da Escola de Minas de Ouro Preto –, viveram em um casarão repleto de “livros sobre animais e plantas, coisas antigas, grossas brochuras que cheiravam aventura aos pequenos farejadores” (Desfile, 1983). Desse “ecossistema”, surgiram três especialidades e um mesmo projeto: registrar em pinturas espécies da biodiversidade brasileira antes que elas desaparecessem.
Etienne tinha preferência pelas aves, em especial pelos beija-flores; Rosália pelos lepidópteros e plantas; Yvonne pelos mamíferos. Ele gostava de pintar ouvindo gravações de cantos de pássaros; elas ao som de música erudita, como a de Vivaldi e Schubert.
“Um dia, num futebol de praia, recebi uma bolada no rosto […]. Uns dois anos depois surgiu uma inflamação […] junto a uma catarata. Fui operado mas, infelizmente, perdi aquele olho. Nessa ocasião parei de estudar e ei a trabalhar. Comecei a trabalhar com aquelas máquinas de contabilidade da IBM. Casei com 25 anos de idade. Trabalhei nove anos no ramo de seguros. Por fim, já não aguentava mais ficar ali, na rua do Ouvidor, o centro nevrálgico do Rio de Janeiro. Eu me lembrava dos ensinamentos do meu pai, da minha infância, dos meus desenhos, bem diferentes daquilo que eu fazia. Juntei meus desenhos e comecei a procurar editores. Fui a várias agências de publicidade [desenhar produtos para anúncios comerciais], editoras, etc.” (Etienne para Atualidades Ornitológicas, 1990).
“Desde criança aprendemos com nossos pais a importância da preservação da natureza para a própria vida do ser humano. Me lembro muito do papai acordando a gente para ver o eclipse da lua […] sempre nos levava a excursões nas matas” (Etienne para Desfile, 1983). “Eram frequentes as longas caminhadas que fazíamos pelas praias de Piratininga, Itaipú, pelos morros de Niterói, etc., onde meu pai sempre despertava o gosto e o respeito pela natureza” (Etienne para Atualidades Ornitológicas, 1990).
“Nem sempre papai tirava férias, mas nos fins de semana organizava eios e pequenas excursões. Era um apreciador da natureza e orientava essas discussões, de forma que percebêssemos a grandiosidade das coisas, observando as pequenas vidas animais e vegetais, os minerais e as paisagens que se desenrolavam diante de nós” (Rosália para Fauna e flora do Brasil, 1990).
O convívio entre os três durante a infância vivida entre o verde da Mata Atlântica e o azul do mar da praia de São Francisco foi laboratorial, além de familiar. Com ascendentes europeus, os irmãos cresceram em um ambiente humanista, envolvidos por filosofia e arte, folheando livros de mestres da pintura naturalista, como do inglês John Gould (1804-1881), do francês Jean Jacques Audubon (1785-1851) e do norte-americano Walter Alois Weber (1906-1979), ilustrador de pássaros da revista National Geographic nas décadas de 1940-50.
“Uma nova perspectiva se abriu quando entrei em contato com os maiores expoentes da arte da vida selvagem. Fui tomada de surpresa e iração pela sua obra e me entusiasmei com a ideia de pintar a natureza, recriando os temas que mais me cativavam” (Yvonne para Fauna e flora do Brasil, 1990).
“Caro Professor Ruschi,
Por ocasião da homenagem aos nossos amigos em comum, os irmãos Demonte, Dick Blower indicou
que, por motivos de saúde [Ruschi faleceu em junho de 1986], você não poderia nos acompanhar nesta ocasião. Gostaria, no entanto, de lhe assegurar, como estimado Professor, que durante este jantar em homenagem aos Irmãos Demonte, seu trabalho a favor da conservação da Natureza estará muito presente entre nós e espero que em um futuro próximo eu tenha a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e a honra de tê-lo conosco nesta Embaixada.
Envio-lhe meus cordiais cumprimentos”.
Crédito: Carta do embaixador da Espanha, Miguel Ignacio de Aldasoro Sandberg, endereçada a Augusto Ruschi, por ocasião da exposição realizada no Museu Filatélico de Brasília em 1985 (Arquivo Augusto Ruschi, Museu de Biologia Mello Leitão, Instituto Nacional da Mata Atlântica).

Não demorou para que a missão dos irmãos tomasse corpo. O ateliê que dividiram em Petrópolis tornou-se uma extensão dos ecossistemas que retratavam. Havia plantas vivas, galhos secos, ninhos, penas, amostras de solo, frutos e pedras. Mais parecia um pequeno museu natural do que um estúdio de pintura. Era ali que definiam detalhes anatômicos de um beija-flor ou o brilho exato da asa de um besouro.
Vieram as exposições. A primeira, em 1968, em Petrópolis. O talento sedutor, alinhado a uma prodigiosa rede de contatos, levou a arte dos Demonte para o Iate Clube do Rio de Janeiro e para a agência de ‘O Globo’, em Copacabana: “Foi um sucesso, com muita divulgação, e vendemos muitos quadros. Surgiram muitas encomendas e a partir daí procuramos fazer trabalhos mais artísticos” (Etienne para Atualidades Ornitológicas, 1990).
Em 1983, na galeria Shelly, em Botafogo, a exposição teve como palestrante o ambientalista Augusto Ruschi. A fama internacional foi se consolidando a partir da exposição no Real Jardín Botánico de Madrid — com o apoio do embaixador da Espanha, Miguel de Aldassoro.
Se apresentaram no Hunt Institute for Botanical Documentation, em Pittsburgh, Wave Hill Gallery, em Nova Iorque, Smithsonian National Museum of Natural History, em Washington, na Chris Beetle’s Gallery, em Londres. “Comecei a desenhar algumas vinhetas para enciclopédias e daí fiz muitos trabalhos. Fui chamado pelo Instituto Nacional do Livro para fazer a Enciclopédia Brasileira; foi quando conheci vários cientistas […] fiz muitas ilustrações, inclusive textos sobre história natural, para Enciclopédia Bloch (Etienne para Atualidades Ornitológicas, 1990).
Os Demonte trabalharam para a Franklin Mint Corporation – firma americana especializada em reproduzir obras de arte para colecionadores – e as Indústrias Spitzner divulgaram o trabalho deles na Alemanha. Confeccionaram selos postais para a Empresa de Correios e Telégrafos e suas pinturas foram impressas em cartões, calendários, livros didáticos, monografias científicas e catálogos de arte. As obras dos irmãos Demonte ainda são comercializadas por galerias de arte, antiquários e leiloeiros. Em 1986, estrelaram o documentário Brazil’s wildlife in watercolor, da série Explorer da National Geographic Society.

“Gostaria de expressar algumas reflexões sobre a arte dos Demonte, que une técnica irável à observação da natureza, documentando, com minúcias de detalhes, características que definem e capturam a flora e a fauna. Eles sabem compor, sabem captar tudo o que veem com humildade e amor. Para mim, o segredo deles é a grande curiosidade diante do desconhecido, captando todos os elementos da composição não isoladamente, mas transpondo-os e compondo-os em um único poema sinfônico, uma união harmoniosa em busca constante da perfeição”
Roberto Burle Marx (1909-1994).
Crédito: Capa do catálogo da primeira exposição dos Demonte nos Estados Unidos, promovida em 1985 pelo Hunt Institute for Botanical Documentation, divisão de pesquisa da Carnegie Mellon University, Pittsburg, estado da Pensilvânia.
Inflexão determinante na carreira dos irmãos no Brasil veio com Augusto Ruschi (1915-1986) — patrono da Ecologia do Brasil —, que fundou o Museu de Biologia Professor Mello Leitão no município de Santa Teresa, ES, em 1949. O ornitólogo capixaba precisava de um pintor. Etienne aceitou. Foi para Santa Teresa, pintou ao lado do cientista, impiedoso nas críticas. Tinha que acertar o tamanho da patinha do beija-flor até o milímetro — Ruschi media com régua. Discutia, refazia, testava cor com fragmento de tijolo. Mas era ali, no rigor, que a arte dos Demonte se firmou como ciência, e vice-versa. Beija-flores do Estado do Espírito Santo é o resultado mais conhecido dessa colaboração.

“Minha pintura ou a ter uma nova dinâmica, pois, trabalhando ao lado do cientista, as informações que recebia eram fundamentais; ele me dizia o que caracterizava cada espécie, o que podia ser desprezado, saber distinguir cada cor, cada padrão, etc. Isso foi um marco na minha pintura […] O professor Ruschi exigia que trabalhasse na escala 1:1; atualmente prefiro dar uma ampliação, sempre seguida do tema que acompanha o objeto; essa ampliação permite melhorar o resultado” (Etienne para Atualidades Ornitológicas, 1990).
Crédito: Capa de Beija-flores do Estado do Espírito Santo, de Augusto Ruschi, ilustrado por Etienne e publicado em 1982.


“Para eles, a natureza constitui a luz da sua vida e a pintura a sua serenidade. Eis os artesãos humildes, que escalaram Petrópolis e com sua fé, confiança e sacrifício, se lançaram pelo Brasil cheios de vontade e com propósito e com o próprio talento, nos dizem sempre: Isto é um pouco da natureza do Brasil, que precisamos conhecê-la para amá-la e mostrá-la, para ajudar-nos a salvá-la.
A mostra em seu conjunto nos imprime uma expressão de alerta, de amor, uma prece em cores, como um poema ao som vivo dos componentes de alguns elementos que enriquecem nossos ecossistemas.
Eis o canto dos irmãos Demonte”
Crédito: Página 6 do manuscrito de Augusto Ruschi ‘Exposição Demonte’ em Petrópolis, 1983. (Arquivo Augusto Ruschi, Museu de Biologia Mello Leitão, Instituto Nacional da Mata Atlântica).
“A pintura naturalista consiste em uma “recriação da natureza. Arte e ciência se entrelaçam. Além do caráter decorativo, procuramos dar um princípio poético às pinturas, de modo a sensibilizar o espectador para a preservação da natureza. Mas nosso trabalho tem uma conotação profundamente científica – a espécie é sempre retratada em relação ao ecossistema” (Etienne para O Globo, 1983).
A documentação visual, para os Demonte, era mais que ilustração, era uma forma de conhecimento. Eles partiam da observação direta no campo. As anotações de Rosália são uma obra à parte. Pequenos cadernos onde catalogava comportamento, tempo de voo, flor visitada, altitude. Cada borboleta recebia descrição visual, comportamento e mapa da coleta.
Yvonne fazia o mesmo com os mamíferos, detalhando a anatomia, movimentos e posições: “Nesse momento mágico, de pura beleza, sentir que eu me integrava no universo natural. Não era a primeira vez que me identificava com as forças vivas da natureza. O som do vento, da chuva, das folhas secas, o canto das aves, o coaxar dos sapos, o cair da tempestade vibravam como notas de uma única sinfonia. Essa linguagem que procura traduzir em minhas pinturas” (Yvonne para Fauna e flora do Brasil, 1990).
As expedições não eram eios; eram logística. Dick Blower (Richard George Blower), esposo de Rosália, era o encarregado da burocracia e da preparação das expedições. Entravam em brejos com água até a cintura, atravessavam rios em canoa de madeira, montavam barracas em floresta, lidavam com vacinas e picadas de insetos. Na mochila, cadernos, binóculos, amostras, gravadores para registrar o canto das aves. Na volta, completavam o trabalho no ateliê. Muitas vezes, recriavam o ambiente com galhos, folhas, pedras e gravetos trazidos da mata. A lupa fazia parte do processo. O ambiente natural não era mero ório da cena. Como pintar um beija-flor sem sua flor? Como representar um peixe sem o seu rio? Do interior da Bahia, ao Pantanal, ando pelo Araguaia, as expedições eram grandes aventuras que os três irmãos gostavam de narrar. Numa delas, encontraram a rara Langsdorffia hypogea, caracterizada por não possuir clorofila e ser uma holoparasita — parasita vegetal que retira os nutrientes de que necessita de uma planta hospedeira.
“Estávamos no meio da mata, na Serra do Caetité, a 1200 m de altura e de repente nos deparamos com aquela raridade no chão. A flor era de um vermelho intenso e crescia sobre galhos e gravetos. Completava-se um ciclo biológico inteiro: ali havia desde o broto até a planta já seca” (Rosália para O Globo, 1986).
Crédito: Langsdorffia hypogea (Acervo da The Shirley Sherwood Collection). Guache sobre pergaminho, de Rosália Demonte.

Apesar do naturalismo detalhado, os Demonte sabiam que pintura não é fotografia — e faziam disso uma vantagem. Diziam que a pintura enaltece o essencial e suprime o supérfluo, destaca o que define uma espécie, remove o ruído da imagem. A fotografia, em tempos analógicos, não conseguia isso; era limitada pela óptica, pela luz, pela pressa. A pintura, não — era escolha. E a escolha, aliás, sempre foi o cerne da carreira.
Os Demonte escolheram a mata, a calma, o ofício. Recusaram badalações; preferiram cientistas a colecionadores. Tinham prazer em conversar com paleontólogos, biólogos e ecólogos. Foram amigos do ornitólogo e naturalista alemão Helmut Sick (1910–1991) e da pintora inglesa — também naturalista — Margaret Mee (1909–1988). Pintaram dinossauros, orquídeas, piranhas, ararinhas-azuis e sanhaços com a mesma obstinação.
O ofício de pintar foi ado de forma orgânica para André e Rodrigo, filhos de Etienne, e Ludmyla, uma das filhas de Rosália: a segunda geração dos Demonte. Herdaram a paixão dos pais pelas plantas e animais. André nasceu em 1957, se graduou em geologia, é doutor em Dinâmica dos Oceanos e da Terra e acadêmico da Academia Brasileira de Belas Artes: “O objetivo da nossa família é um só. Através da arte naturalista, ar uma mensagem de preservação da natureza”, disse André (Jornal do Brasil, 1990). “Nossa pintura é informativa, documentarista. Mas meu pai dizia que a pintura naturalista deve transcender os limites da mera documentação” (O Eco, 2004).
Rodrigo nasceu em 1961, é graduado em engenharia agronômica e doutor em Ciências, pesquisador da Embrapa Solos: “Nossas obras não são meras compilações de fotos. Cada luz, cada olhar, cada cenário é recriado para captar um momento muito mais artístico que real” (Jornal do Brasil, 1990). Ludmyla, nascida em 1966, queria ser veterinária para ficar perto dos animais. ou a infância e adolescência observando o trabalho da mãe. Abandonou o curso de geografia para pintar:
“É emocionante sentir o animal nascendo do pincel e voltar à vida, tornando-se real. Fico tão absorvida por aquele mundo do quadro, pela força do animal, que não penso em nada, mergulho totalmente” (Fauna e flora do Brasil, 1990). A arte, nesses casos, não foi mais do que uma escolha, foi atavismo. Vieram exposições coletivas, individuais, livros, oficinas.
O estilo dos Demonte é facilmente reconhecível: cores não saturadas, contraste limpo, contorno definido, textura de pena ou pétala, mistura de guache com aquarela. Papel alemão, pincel inglês. Horas de observação e dias de execução que resultam em quadros que documentam, informam, encantam e convocam. A convocação é simples: é preciso preservar. Mas, para isso, é preciso conhecer. A pintura naturalista dos Demonte é isso, um método de conhecimento científico, sensível e comprometido. E num país que nunca levou muito a sério nem a ciência, nem a arte, menos ainda a floresta, é surpreendente saber que existiram pintores que levaram os três a sério ao mesmo tempo. “O naturalismo dos Demonte é, ao mesmo tempo, ciência e arte” (Rosália para O Eco, 2004).
Yvonne, tida como “a mais eclética do grupo” (Desfile, 1983), foi a mais longeva; faleceu aos 87 anos: “Procuro descobrir o que está atrás da aparência externa. Nesse processo, penetro no animal através do olho até alcançar o seu espírito e chegar à sua natureza essencial. Tento, então, capturar esta essência inteligente e luminosa que vejo em toda a Criação” (Fauna e flora do Brasil, 1990). Etienne faleceu em 2004, aos 73 anos. Dedicou os últimos anos da vida a ensinar o seu dom em cursos oferecidos em Petrópolis. Seu nome está entre os principais artistas naturalistas do mundo. Não é pouco em um país que costuma medir mérito por visibilidade. Rosália faleceu em 2009. O legado dos irmãos Demonte permanece nas pinturas – registros da natureza – expostas em galerias, em acervos de colecionadores, nos selos postais e na arte da segunda geração.

“Na medida em que você descobre que 0 mundo material não é a coisa mais importante que a gente tem, você a a ter uma vida interior mais rica e procura se desenvolver em sintonia com a natureza […]”
(Rosália para Desfile, 1983).
Crédito: Borboletas azuis Morpho achilles achilleana. Pinturas de Rosália Demonte reproduzida no livro Fauna e Flora do Brasil (1990).
A participação da segunda geração Demonte no movimento cultural da arte naturalista avançou mais por diletantismo do que por ofício. André e Rodrigo seguem com suas carreiras na geologia e na agronomia, respectivamente, enquanto Ludmyla desfruta dos encantos da cidade de Tiradentes, MG, onde mantém, com a filha, um restaurante dedicado à culinária portuguesa. Continuam pulsando — ou melhor, pintando, expondo —, manifestando-se fortuitamente como vulcões adormecidos. Agradeço a Rodrigo Demonte pela conversa e pelas contribuições a esta coluna.






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